Num mundo que virou uma ditadura de sorrisos esganiçados e cheios de dentes, precisamos pleitear o direito de ficar um pouquinho em silêncio, em resguardo, numa quase melancolia, só de vez em quando. Pense bem: na nossa era, um ar tristonho é visto como doença ou como contravenção contra a etiqueta. É como se a tristeza, ainda que amena, fosse uma nódoa na alma humana. É um tempo que parece depender de estimulantes. É preciso dar um breque. A tristeza, de vez em quando, até que pode nos fazer bem. Daí eu ter afirmado o direito de ser triste.